Guimarães foi distinguida no mais recente relatório da OCDE sobre economia circular, ocupando uma posição de destaque entre as cidades com práticas mais avançadas a nível internacional. O concelho é o único representante português no patamar mais elevado da avaliação, graças à estratégia RRRCICLO e ao compromisso com a sustentabilidade.
A cidade de Guimarães foi destacada no novo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) dedicado à economia circular, apresentado esta terça-feira, 15 de Abril, durante a conferência OECD Urban Days, em Paris. A sessão contou com a presença de Isabel Loureiro, coordenadora da Estrutura de Missão Guimarães 2030, e de Carlos Ribeiro, director do Laboratório da Paisagem.
O concelho integra o grupo de cidades de referência internacional por cumprir todos os parâmetros avaliados pela OCDE, nomeadamente nas áreas de “estratégia”, “inovação” e “parcerias”. Guimarães destaca-se ainda entre as cidades com iniciativas consolidadas e orçamento próprio para a economia circular, sendo, segundo o relatório, a única cidade portuguesa a atingir este nível, fruto da implementação da estratégia municipal RRRCICLO – Economia Circular em Guimarães.
O documento sublinha a liderança de Guimarães em diversos critérios, nomeadamente no desenvolvimento de um “modelo exemplar” e de uma “visão estratégica”, bem como na existência de “mecanismos de coordenação entre diferentes níveis de governação” e no “envolvimento dos stakeholders”. A cidade é ainda reconhecida pela sua capacidade de fornecer “ferramentas de apoio à inovação na economia circular”.
Guimarães lidera isoladamente em três domínios: na “mobilização e alocação eficiente de recursos financeiros”, na “capacidade técnica e humana para estruturar e implementar um sistema económico circular” e na “disponibilidade, recolha e análise de dados”, fundamentais para identificar oportunidades no âmbito da economia circular.
Para Sofia Ferreira, vereadora do Ambiente e da Acção Climática da Câmara Municipal de Guimarães, este reconhecimento “é reflexo do compromisso contínuo com a sustentabilidade e a inovação”. A autarca sublinha a importância do trabalho colaborativo entre o município, a academia, as empresas, os parceiros estratégicos e a comunidade: “A integração da economia circular nas nossas políticas e iniciativas, aliada ao investimento em conhecimento e capacitação, tem sido essencial para consolidar este caminho”, afirmou, acrescentando que o reconhecimento da OCDE “motiva-nos a continuar a liderar a transição para um modelo mais sustentável, alinhado com os desafios climáticos e com as oportunidades de desenvolvimento económico para o nosso território”.
O relatório refere ainda que Guimarães mantém uma posição destacada em critérios como a “consciencialização e transparência”, a “implementação de iniciativas à escala adequada” e a “regulação apropriada para impulsionar a transição do sector”.
A cidade integra também projectos internacionais de relevo nesta área, como o “Let’s Go Circular!”, promovido pela rede URBACT, e o “Circular Ecosystems”, no âmbito do Interreg POCTEP. Estas iniciativas visam prestar apoio técnico a mais de uma centena de cidades na transição ecológica e digital, abordando sectores estratégicos como os resíduos, a poluição atmosférica, a gestão da água, a construção, os edifícios e as tecnologias sustentáveis.