A edição deste ano do programa municipal “Porto_4_All” capacitou e preparou mais de sete dezenas de migrantes para a integração no mercado de trabalho. A iniciativa culminou com uma sessão de entrevistas rápidas entre empresas da região e participantes, promovendo o encontro entre talento migrante e oportunidades de emprego.
Mais de 70 migrantes participaram este ano no programa municipal de capacitação e integração profissional “Porto_4_All”, promovido pela Câmara Municipal do Porto. A edição de 2025 terminou esta semana com uma sessão de entrevistas rápidas, que procurou aproximar as empresas locais dos participantes do programa, reforçando o compromisso da cidade com a inclusão no mercado de trabalho.
O encerramento da iniciativa contou com a presença do vice-presidente da autarquia e responsável pela pasta do Emprego, Filipe Araújo, bem como do vereador da Coesão Social, Fernando Paulo.
Através de um esforço conjunto entre departamentos municipais, organismos públicos e entidades da sociedade civil, o “Porto_4_All” mobilizou 38 técnicos da Rede Social do Porto e sensibilizou 34 empresas para práticas inclusivas e de integração da diversidade — 15 das quais marcaram presença na sessão final de recrutamento e networking. Dos 76 migrantes inscritos no programa, 43 participaram activamente nas várias acções promovidas.
Na sessão de encerramento, o vereador Fernando Paulo destacou a importância de “agir localmente, com parcerias fortes, com medidas concretas e centradas nas pessoas”. Sublinhou ainda que, apesar do contributo económico e demográfico dos migrantes, estes continuam a enfrentar desafios estruturais, como “taxas de desemprego mais elevadas, maior incidência de empregos precários, sobrequalificação, discriminação salarial e riscos agravados de pobreza”.
De acordo com dados de 2023, a população estrangeira residente no Porto ultrapassava as 35.600 pessoas, o que representa um aumento de 52,8% face ao ano anterior. Para Fernando Paulo, esta evolução traduz uma mudança estrutural no perfil da cidade: “Somos hoje uma cidade global, plural e em contínuo diálogo intercultural.”
“O Porto não pode ser apenas um território de passagem”, afirmou o vereador, reforçando a necessidade de construir um sentimento de pertença baseado em “emprego digno, oportunidades justas e políticas públicas humanistas”.
O “Porto_4_All” é promovido pela Câmara Municipal do Porto em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e o Serviço Jesuíta aos Refugiados.
O programa destina-se a pessoas desempregadas, trabalhadores independentes com residência preferencial no Porto e situação regular em Portugal. Para participarem, os candidatos devem compreender português ou inglês e demonstrar motivação e disponibilidade.